quinta-feira, setembro 24, 2009

A little conversation

No jornaleiro do bairro, pela manhã:


" - Vc viu o ET do Panamá? Caiu da nossa nave... e confundiram ele com uma preguiça."



"- Vi sim... mas mal sabem eles que muitos outros ETs vão cair também... "



"- Pois é, tem o Zelaya, o Sarney... "





terça-feira, julho 28, 2009

200g de poder

Algo que as pessoas, na sua maioria, gostam é de ser lembradas. Mas há que se ter cuidado com o que se deseja...

Recebi de meu primo uma foto, junto à outras de contexto totalmente diferente, e à princípio pensei a foto ter vindo pra mim enganada.

Questionei o envio da mesma e recebo como explicação: "lembrei demais de você".

Deus do céu. O que eu fiz com a minha vida, para que lembrem-se de mim ao verem um pacote de ... bananas?!
Bom, já dizia Caetano: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

Se Frida Kahlo tem o seu, Van Gogh... por que também eu não teria aquele retrato cujo conteúdo remeteria o observador imediatamente à minha pessoa?

Nada tão sóbrio quanto à Monalisa, tão bucólico quanto um Monet... mas tem seu valor, afinal, são... bananas.

Mas como uma representante engajada e atuante desta janela desinformativa, não poderia apoderar-me de todo o mérito da questão.

E é com humildade que compartilho a foto com as demais colaboradoras do Fruit's Salad Power Blog e a coloco nesta fruteira, como auto-retrato símbolo da nossa desimportância, desinformação e tudo o mais que não é assim tão útil, mas que faz bem, "engorda e faz crescer".

Ser feliz faz bem. Fazer os outros felizes faz bem.
Ser lembrada por isso engorda o coração e faz crescer o espírito.



Fruit's Salad Power Blog, agora orgânico - conteúdo 100% naturalmente adubado

quinta-feira, maio 07, 2009

Diários de estetoscópio - relatos do meu mundo cão

Há dias em nossas vidas que são muito peculiares.
Eu poderia afirmar que ontem foi um desses dias...

Começou pela manhã (ah sim, até onde sei, é por aí que os dias começam), quando uma senhora muito doce, dona de um poodle que estava à beira do abismo, foi para a clínica para mais uma sessão de fluidoterapia.
Aviso, de antemão, que pseudônimos serão utilizados aqui para poupar a identidade dos clientes.
Enquanto colocava o Nick no soro, a Dona Marizete, simpatizando com meu semblante (de santa, deve ser, dado o rosário que ela desfiou) começou a me contar a trágica história da sua vida: viúva do namorado com quem viveu 8 anos, estava travando uma luta com o INSS para obter o direito à receber a pensão do cujo, uma vez que ele e ela, foram em cartório assinar a Certidão de União Estável, para que, na época, ela tivesse direito ao plano de saúde do seu companheiro. Contou também (para ver se eu me compadecia e não cobrava a sessão de fluidoterapia) que a sua ex nora, grávida de cinco meses e segundo ela, uma peste, estourou seu cartão do supermercado e agora, pra não ter seu nome no SPC vai ter que pagar a dívida da ex nora peste.
E nada do soro acabar...

Terminada a sessão de psico-fluidoterapia do Nick, e ao término de uma cirurgia, bate na porta um simpático cidadão com uma festiva e florida bermuda amarelo ovo, descalço e com uma brilhante barriga caindo sobre a bermuda alegre.
"-Pois não? Posso ajudar? - Ai Dra, estou doente, preciso ser atendido!" (piadinha clássica e obviamente sem graça)
Vamos até a casa do festivo homem. Chegando lá, uma pinguela pra atravessar e chegar até a porta. Na porta uma barricada, feita de ripas de compensado, separava as suas cadelas da entrada da casa.
Entrando na casa, o homem avisa: "mãe, estamos aqui com a Dra.
E uma senhora usando fraldas geriátricas, camiseta e chinelos vem à porta de seu quarto. "-Não, mãe, é a Dra das cachorras, não é pra senhora!"
Enquanto a cadelinha era sedada, o homem senta-se no chão, me pede pra tirar o celular dele do carregador que está na tomada atrás de mim e inicia um telefonema: "Ruth, desmarca o paciente de agora, não vou poder atender, e o das 15:30 também. Separa os papéis da prefeitura pra eu assinar, é Ruth, os azuis.. na mesinha da minha sala... isso... achou? Então deixa lá, que eu assino quando chegar."
Depois do telefonema e de gritar muitos "p$rras e c#$#lhos" pra segurar a cadelinha que fazia força pra não ser sedada, o fonoaudiólogo colorido se acalmou e, após uns segundos de conversa, me deu seu cartão e ofereceu a primeira consulta gratuita para o tratamento da minha ATM.

De volta à clinica, toca o interfone: "-Oi, meu cachorro foi cruzar e há três dias que o pênis dele está pra fora e não quer entrar, o veterinário pode ir lá em casa ver?" "-Pode sim, qual o nome do Sr.?" "- Bira." "- Sr Bira, o carro não está aqui agora, então não vou poder fazer o atendimento imediatamente, mas me deixa o seu telefone e assim que o outro Dr. voltar com o carro nós vamos lá." "-Não, não quero que me telefonem!" "-Mas Sr Bira, se o Sr me der o seu telefone, eu posso ligar quando o carro estiver disponível, o Sr não perde viagem e vamos lá em seguida." "-Não, ninguém me liga!"(Vontade de dar na cara do Sr Bira)
Passado um par de horas, Sr Bira retorna e podemos, enfim, buscar seu companheiro, que teve sua primeira experiência romântica frustrada e desastrosa.

Com uma bolsa de gelo no pênis do pequeno amante frustrado e uma pinça em seu testículo para a retirada de inúmeras pequenas larvas de mosca, muito concentrada e atenta para não levar uma rajada certeira de pipi no meio dos olhos, escuto um barulho seco vindo da mesa do consultório: pow!

Oswaldo, o colega de profissão, que fazia tarefas burocráticas ao meu lado, me olha:
"-C.%$¨lho! Que isso Carol?"
E uma coisinha gorda, fofa, limpando a cara com as patinhas, nos olha atentamente: "-Um rato! Hahaha, que lindo!"
O colega, tomado pelo asco, grita histérico: "-Que lindo é o c#$%te! Ana, Anaaa!! Trás uma vassoura!"
E eis que surge Ana, a tosadora, com um rodo de 3 x 3m: "-Não, Ana, não mata! Não mata!"
Mas Ana tira a vida do pobre rato, que tem como único pecado ser feio, e transmissor de mil e umas doenças para animais e seres humanos (como se o homem não transmitisse nenhuma).
De onde o ratinho surgiu eu não sei. A única imagem que tenho é a de um vulto marrom, surgindo como o carro do filme "De volta para o futuro", atravessando o céu do consultório e caindo na mesa...

Passado o susto, pênis do cachorro congelado, cachorro medicado, no canil, cobertor, liga o aquecedor, apaga a luz...

Luzes apagadas, portas e janelas trancadas e fim do expediente de uma pacata dupla de médicos veterinários.

domingo, abril 19, 2009

Uh uh uh lala


Desculpa esfarrapada pra mostrar pras meninas o índio filé.
Feliz Dia do Índio.

terça-feira, abril 07, 2009

O 13o Elemento

Há alguns anos, conversando com uma amiga sobre astrologia, chegamos à brilhante conclusão de que faz-se urgente a criação de um 13o signo no zodíaco para classificar essa que vos redige.

Já não me bastasse um ascendente em sagitário que tenta, pobre, só tenta me conferir uma certa dinâmica, aí tem lua em não sei quem, marte não sei onde. É muito planeta, muito signo muitas nuances que não conseguem explicar essa personalidade confusa, atrapalhadinha...

E o pior é que antes de 'descobrir' que meu ascendente é em sagitário, passei uns 20 anos achando que eu tinha o ascendente em escorpião. Tudo porque minha mãe insistia que eu tinha nascido uns minutos antes - ou depois - do que eu realmente nasci. (Talvez a 'personalidade confusa e atrapalhada' seja herança genética, e eu procurando pelo em ovo.)

A partir disso desenrolou-se uma gama de dilemas ego-psico-astrológicos. Alguns porquês da minha personalidade se fizeram entender, outros viraram mistério.
E a busca pelo Ego Perdido tornou-se quase obsessiva.

Então resolvi fazer meu mapa astral. Sim, é salutar a gente se conhecer melhor. Lidar com o que a gente conhece é mais fácil.
Aproveitei a oportunidade, por consequência de um retiro espiritual, e marquei um encontro com a minha Lama, que é astróloga.

Data de nascimento, hora, etc etc. Mapa pronto: 'Bem, minha querida,vamos ver o que seu mapa fala sobre você'. E de repente eu vejo uma nuvem pairar sobre os olhos iluminados da minha Lama. 'Ai caramba, que olhos são esses? Por que ela franziu a testa?'

Ela me lança um sorriso, que só quem já viu cara a cara sabe a força que tem. Franze a testa de novo e me diz: 'não sei, sinto muito mas, não sei dizer o que é isso. É muito confuso'.

E diante daquela mulher, por quem eu dedico o maior respeito do mundo - confirmando que meu caso não tinha saída, não tinha desculpas, a desordem do meu ego estava escrita mesmo - eu tive que fingir surpresa, ao invés de dizer: 'viu? eu sabia, alguma coisa aí tá estranha.'

Sim, está estranha. Mas eu e minha sábia amiga, num momento pseudo-psico-astro-filosófico levantamos as questões que seriam de irrefutável relevância e ponto chave da questão abordada.

Primeiro: de repente, quem sabe - se conferissem de volta à Plutão a categoria de planeta - alguma coisa no meu mapa mudaria e confeririam de volta à mim categoria de pessoa equilibrada?

Segundo e crucial ponto: deixaram de fora o único signo que não podia faltar - o 13o signo do Zodíaco, o Ornitorrinco.

E enfim soluciona-se o mito. Não tem cabra, não tem cavalo com tronco de homem, peixe, escorpião, carneiro, nada disso.
Só um bicho com pelos, bico e pé de pato, dente, rabo de castor, carnívoro, que poe ovo e é mamífero (mas não tem tetas) é capaz de conferir identidade a esse meu vasto e caótico universo de 1,60m.

A Constelação Ornitorrinco - corroborando a tese do 13o signo. Descoberta em meados de 2008 por observadores amadores (calientes que namoravam no capô de um Fiat 147 em algum ponto onde ainda tem acostamento da BR 101, próximo à cidade de Touros - RN)

segunda-feira, abril 06, 2009

Este blog está temporariamente fechado para dedetização.

segunda-feira, março 30, 2009

Haja corazón


"O coração se guia sozinho e
sem medo frente ao escuro no
caminho do amor, enquanto a razão perde tempo procurando por um trajeto seguro!"




Isso faz do coração um cavalo cego desgovernado? Da razão uma rédea retentora?

Coração e razão são realmente antagônicos?

Não é a intenção pura de um, que leva à ação com a outra?

Ou tem mesmo o coração "razões que a própria razão desconhece" ?






terça-feira, março 24, 2009

Clarice

Não costumo fazer isso, afinal este é um blog de coisas desimportantes e não muito graves, mas li este trecho de um livro da Clarice Lispector... e frente à "futileza" desta janela desinformativa que vos apresento, resolvi postar o que li, para contemplação dos nossos (moscas, baratas, cupins, traças e afins) leitores.

"Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia.
Não temos amado, acima de todas as coisas.
Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro.
Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios.
Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido puros e ingénuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer «pelo menos não fui tolo» e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura.
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia. "

quinta-feira, março 19, 2009

Ascenção e queda da comunicação em massa

Há um bom tempo venho percebendo que parece ter virado uma bizarra mania nacional me deixarem falando sozinha. Em algum jornal que eu não li, ou em algum canal onde passa alguma novela que eu não assisti, devem estar veiculando essa nova moda.
Eis que um dia, dado todo esse bum na comunicação de massa, fui convidada à participar de mais uma rede de relacionamentos. O modelo era interessante, a proposta bacana, novo modo de se comunicar, legal, vou entrar.
Entrando, percebo que apenas uma pessoa da minha lista de e-mails está ligada a essa rede. Bom, seria questão de tempo até que eu convidasse o restante dos amigos da lista.
Vamos lá então, como funciona essa nova gracinha? A proposta do site é fazer, em tempo real, um pequeno diário do dia a dia dos internautas.
Com opções de fundos de tela coloridinhos, muda cor da fonte, muda cor da barra lateral, muda foto... hum, a hora da foto é importante, escolhe uma, não tá boa, escolhe outra: ah tá otima essa, mas o site não aceita... escolhe outra, outra... pronto, enchi o saco, vai essa mesmo!
Agora, primeira postagem no mini blog, descubro que posso usar apenas 140 caracteres... primeiro choque: como uma mulher se comunica com apenas 140 caracteres?
Vivendo e aprendendo...
Fui então ler as postagens dos amigos, ou melhor, do único amigo da minha lista, pra entender a dinâmica da coisa. Ok. Primeira postagem do dia, sobre o "que eu estou fazendo"... olha, legal!
Depois disso veio a segunda postagem, a terceira, a quarta... e percebi que minha pagininha (já que este era um mini blog) estava repletinha de recadinhos só meus.. eu estava informando a mim mesma o que eu fazia o dia inteiro, e percebi que passei o dia inteiro postando pra mim mesma, pra me informar que eu tinha escrito pra mim mesma o dia inteiro (?) ...
O que era aquilo? Um complô?
Não desta vez, antes que o misterioso fenômeno da monolocução se abatesse sobre mim novamente, abati o mini bloguinho ... e fui sentar numa cozinha cheia de mulheres, onde certamente a comunicação era em massa! Mas onde falar foi quase impossível...




Comunicação em massa II