domingo, outubro 12, 2008

E nem é Dia do Amigo ...




Passeando pela net me deparei com a Canção da América... hum, e aí, combinação perigosa: saudade + distância + canção da américa = post pros amigos !

Meus queridos, com saudade nem dá pra ficar rimando muito, nem escolhendo muito as palavras, porque o que vem do coração é tão mais fácil de se explicar com um beijo... ou um abraço ... ou até com um tchutchu !!! rsrsrs

Vocês, meus amigos, são a minha melhor e maior conquista.

O meu maior projeto, meu melhor resultado.

Por isso, tenho vocês como meu grande tesouro.

Minhas amizades me fazem uma pessoa melhor e talvez por simples egoísmo eu as cultive, só pra poder dizer que sei fazer algo muito bem feito.

Cada momento com vocês me engrandece.

Toda lembrança é a certeza, a solidez, a segurança (que eu tanto prezo) de que a amizade existe, que é vivida e é real.

Agradeço, por serem os responsáveis pelo meu sucesso.


E como à um troféu, me agarro e ergo a minha melhor qualidade: vocês.






quinta-feira, outubro 02, 2008

Um jeito ímpar de viver a par

Constantemente vejo em entrevistas e talk shows as pessoas contarem detalhes sobre suas personalidades e mencionarem suas pequenas manias curiosas. As pessoas famosas e célebres costumam gerar certa curiosidade nos meros mortais e todas as suas esquisitices parecem atraentes extravagâncias.
Pois bem... eu, como estrela célebre e única do meu próprio mundinho, também tenho algumas manias extravagantes. Entre elas, está uma mania intrínseca e incontrolável: a de classificar as pessoas em “pares” e “ímpares”... Não sei quando, nem como isso começou, muito menos como é o processo, mas muitas vezes me pego olhando alguém e pensando: “ - par... ímpar” ... E então, quando eu decido o que a pessoa é, imediatamente ao pensar nela ou vê-la, puxo no arquivinho pessoal o cartãozinho com seu nome, história e papel da mesma na minha vida, junto à um carimbo atestando: par ou ímpar. E as pessoas então vão, devidamente etiquetadas e organizadas, cada uma para o seu lugar imaginário dos pares e ímpares.
Seria tudo tão mais fácil se o convívio com as pessoas se resumisse só a isso ... Em um dia em que estivesse carente, puxava logo uma pessoa par da prateleira, já que “pessoa par”, entre muitas outras razões, é par porque é aconchegante, me faz sentir segura, confortável, aquela em quem tenho vontade de me encostar. Pra ser par tem que passar pelo teste do abraço imaginário: se eu tiver dificuldade em classificar a pessoa, imagino que a estou abraçando e se for gostoso... “ah, é par”. É uma pessoa pufe, uma pessoa edredon com ar condicionado, uma pessoa chocolate, pessoa sol no rosto, uma pessoa jardim... enfim...
Já nos dias em que eu estivesse animada, me sentindo livre, leve e solta, correria na prateleira das pessoas ímpares...
As pessoas ímpares são mais difíceis de definir, porque existe o risco de confundi-las com pessoas frias, individualistas... e principalmente, com pessoas “não pares”, o que não é o caso. As pessoas ímpares o são, simplesmente porque não consegui classificá-las ... Sim, vai entender.
Esse detalhezinho no meu dia a dia nunca havia sido problema pra mim, era uma diversão na hora de dormir, deitar e ficar pensando: “fulano...par, ciclano... hmm, par”, até o dia em que parei para refletir sobre isso. E então pensei que finalmente tinha descoberto que sou neurótica.
Ai pronto, eu sou uma neurótica, daquelas que ficam arrumando a casa, colocando o mesmo enfeite várias vezes no mesmo lugar porque acha que ele nunca está exatamente no lugar certo, dando todas as voltas da chave de casa na fechadura e ainda confirmando se a porta trancou, contando o dinheiro de trás pra frente e de frente prá trás do maço de notas, pisando dentro dos quadrados do piso da calçada pra não pisar nas divisórias...
E aí, como não poderia deixar de fazer, passei a vislumbrar o futuro e me vi: com uma belíssima roupa de época, indo à feira... ou indo de roupão, touca de banho e salto alto à uma reunião de família, como aquelas estrelas decadentes que acabam esquecidas e ficam loucas, perdidas e sem um tostão, vivendo das lembranças dos tempos áureos que não voltam mais... Afinal, ser neurótico é mesmo coisa de estrelas...
Mesmo as famosas e célebres estrelas únicas do seu próprio mundinho... rs.


sexta-feira, setembro 05, 2008

Pobre Suzy

"The world of coincidences.." said Carol...rs

Eu estou justamente com um texto sobre discriminação no forno...e me deparo com uma notícia dessas:

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL748909-5602,00-FILHOTE+DE+TIGRE+TEM+FUTURO+INCERTO+APOS+SER+RECUSADO+POR+ZOO+NO+CANADA.html
Filhote de tigre tem futuro incerto após ser recusado por zôo no Canadá
Suzy não foi aceita em zôológico por ser mestiça.Dono construiu 'casa' para o animal, mas norma regional o baniu da região.
Do G1, em São Paulo
Tamanho da letra
Uma filhote de tigre ainda não tem residência fixa, mesmo após enfrentar pelo menos duas mudanças na região de British Columbia, no Canadá. A jovem Suzy foi comprada pelo empresário Dave Bennett de uma mulher que alegou 'motivos pessoais' para se desfazer do animal. A idéia inicial de Bennett era levar o felino ao zôológico da região, mas ele foi rejeitado por ser mestiço - é uma mistura de tigre-siberiano com tigre de bengala. Para acomodar Suzy, ele construiu uma propriedade de US$ 15 mil do lado de fora de sua residência.Depois de instalar o bicho em sua nova casa, ele foi surpreendido por uma nova regulamentação: o conselho regional proíbiu a criação de animais de grande porte na região, incluindo tigres. Agora, com o filhote em sua propriedade, Bennett busca um novo lar para Suzy.


Pobre Suzy.... Discriminada por ser mestiça....

quinta-feira, setembro 04, 2008

"Ensaio sobre a cegueira"

Certo dia, comentei com uma amiga sobre meu astigmatismo que não me permitia distinguir um ponto de uma vírgula, uma vez que me faz enxergar tudo borrado... Então tive uma revelação... “se o que os olhos não vêem, o coração não sente”, será por isso que sempre me equivoco nos meus relacionamentos? Eureca!
Tomei um banho revigorante, coloquei a roupa mais alegre e fui para o centro da cidade andar por todas as óticas. Que maravilha, descobri o problema de meus relacionamentos não darem certo, estava ali a solução. De todas as cores, tamanhos, marcas, estilos. Nas vitrines, relacionamento chique, discreto, glamouroso, sério, sóbrio, espalhafatoso... pra todos os gostos. E lá estava ele, o cor de rosa... ah, La vie en rose, assim seria a minha a partir dali!
Muito animada e segura da minha felicidade, entro na ótica. O passaporte para a felicidade estava lá lindinho, moderninho, cheinho de charme me esperando. E a minha intermediária entre a terra e o paraíso se apresenta: “- Boa tarde, posso ajudar? – Ah sim, eu gostaria de ver aqueles óculos ali... o cor de rosa, por favor.” A arcanja, a mensageira, foi então buscar a minha felicidade, que estava agora muito próxima... Experimentei... uau, perfeito... “- E a lente? Vai fazer conosco? – Ah vou sim ! – Qual seu grau querida? – Ah, são 6,5 de miopia, e 5,0 de astigmatismo.”
Ela entrou, levou minha armação/promessa de felicidade e voltou com um papelzinho que continha a data em que os óculos ficariam prontos... voltei para casa ansiosa, contando os dias pra buscar meu futuro de felicidade. Finalmente iria passar a enxergar os pontos e diferenciá-los das vírgulas ...
Então, o dia chegou e lá fui eu, radiante, renovada, esperançosa. A mesma moça de antes me atendeu. Cheguei com um sorriso estampado, a voz embargada, ofegante, atropelando as palavras de tanta ansiedade: “- Oi, eu deixei meus óculos pra fazer aqui, vim buscar”. (Pronto, agora seria uma questão de segundos para que eu passasse a ver as coisas como elas são e não me enganasse nunca mais!).
A moça veio até mim com os óculos, desembrulhou-os de um paninho de feltro cinza, tirou dois adesivinhos que estavam em cada lente, limpou, conferiu a curvatura das perninhas, abertura, alinhamento... e finalmente, ai, finalmente me entregou. Coloquei os óculos cor de rosa, como queria que a minha vida passasse a ser. Que lindo!
Saí na rua e percebi que estava andando meio nas nuvens. Uau, devia ser o efeito da felicidade, de conhecer a verdade, de não errar mais. Deve ser assim a vida cor de rosa, como se pisássemos nas nuvens! Até que trombei com um senhor que passava entre duas outras pessoas numa rua apertada... e trombei em outro, andei em direção a uma banca de jornal à minha direita, quando na verdade tentava andar para a esquerda... percebi que o som das vozes das pessoas estava longe... e comecei a perder o equilíbrio. “Nossa, que embriaguez essa felicidade causa.” - Pensei. Os dias seguiram, mas a sensação de tonteira e falta de equilíbrio não passaram. Voltei ao Oftalmologista, que assegurou-me de que tudo estava muito bem com meus óculos/passagem para a felicidade.
E assim essa sensação perdurou por muitos meses, até que compreendi que na verdade ao usar os óculos eu ficava surda. Devido à uma total falta de coordenação dos sentidos, eu não escutava nada quando usava os óculos e ficava tonta, sem equilíbrio.
Então a realidade, que agora se tornara nítida, apenas me revelou mais um obstáculo na minha dura busca pela plenitude e aprendizado romântico: que mesmo mostrando pra um coração a verdade com nitidez, ele sempre dará um jeito de encará-la como quer...



segunda-feira, julho 28, 2008

Desapego

Me desculpem, mas ando um tanto quanto "não inspirada" ultimamente, então mais uma vez venho aqui apenas compartilhar um texto que li. Do escritor mais clichê, porém não menos interessante pra mim, Paulo Coelho. Serviu pra mim, e venho compartilhar.
Que todos se beneficiem.
"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa -nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Por isso é que eu sempre digo: Se a vida há de ser provisória, que seja linda e louca a nossa história. "
Paulo Coelho

quarta-feira, junho 25, 2008

"Alta biografia "

Num surto egocêntrico e por não saber sobre o que escrever, decidi falar sobre mim. E continuei sem saber sobre o que escrever ...

Simples, rasa, clara ... inversa e proporcionalmente densa, complexa. Cabeça e corpo que não selam acordo, nunca. Boa sim. Boba não (só às vezes, e geralmente nas únicas horas em que não se deve ser).
Devagar, muito. Mas sempre! E adiante!
Louca por leite e chocolate. E mais ainda pelo mar.
Louca por música. E mais ainda por cheiro de cachorro, e cheiro de gato, de chuva e de mato.
Em eterna guerra contra o espelho. Porém, sempre seguindo a máxima: se não pode contra o inimigo, junte-se à ele.
Passional. Pacifista. E ambientalista de nascença. Natural, com os pés descalços sempre que é possível. E esmaltes vermelhos quando pede a ocasião.
Idealizadora, não realizadora (o que gera batalhas internas conflitantes e sem resolução, obviamente).
Cega. Mais ainda quando amando ... e surda, quando usando os óculos (vai entender). De fala mansa, baixa e pra dentro, pra tentar ouvir e aprender a interpretar as coisas que sinto e não sou capaz de dizer.
Manias são muitas, imagino, mas não as saberia dizer. Não sou observadora. A cabeça? Sempre nas nuvens. Os pés às vezes para o alto, quando lhes falta o passo no chão onde fazem força para se manter.
Apaixonada, a cada esquina. Por cada detalhe do mundo que a cabeça nas nuvens de vez em quando, mas só de vez em quando, me permite descobrir.
Tímida. E esperando que alguém mais observador consiga enxergar por trás do sorriso largo e do olhar baixo, todas as coisas não expostas e não ditas. Porém, não menos incríveis.
Crente na vida, nas pessoas (ainda) e na capacidade de cada uma delas em alcançar o grande objetivo comum, que acaba por separá-las. Feliz.

domingo, junho 15, 2008

Mon Animal

Sensacional, texto de Elisa Lucinda por Ana Carolina. Auto explicativo.

"Eu a vejo quase todas as manhãs
Não é exatamente bonita. Aliás, ela é de uma feiura estranha, como se carregasse uma boniteza espalhada em si, nos gestos, e não nos traços exatamente.
Não importa. Importa, que a vejo acompanhada perenemente do seu cão, um pastor alemão com cara de bom companheiro, e é, eu vejo. Encaixa o seu focinho nos joelhos dela, brinca com ela, grune querendo dengo..E ela também, essa minha vizinha, brinca de não-solidão com esse cachorro específico, gosta dele, e "Não duke, assim não Duke, deixa o moço, Duke me espera, não vai assim na minha frente, cuidado com o carro". Ele a olha como quem agradece e vão os dois, não em vão, pelas ruas de Copacabana sobre o sol, felizes que só vendo. Eu vejo. Ela é camelô. Nos encontramos no elevador e eu:- "Vocês se divertem tanto, é tão bonito."- "É, nos conhecemos na rua né. Ele olhou pra mim assim bem nos meus olhos, eu tava trabalhando, vi logo que ele era um cão bem cuidado mas faltava carinho. O elevador apertadíssimo, e ela continuou falando:"Eu tenho certeza que ele é de câncer. Mas é muito sensível, só falta falar, né Duke? Ele não é lindo?Eu disse: - "Lindíssimo. E você que signo é?"- "Ah, minha filha, eu sou de capricórnio, né, Janeiro né.. mas com ascendente em câncer. Combina, combina sim. Eu vejo o Duke lambendo as mãos dela, magras mãos, cujos dedos ela oferecia de propósito distraídamente a mordida dele. Eu olhei, admirando receosa, por conta dos afiados dentes porque eu quase não entendo de cão. E ela:- "Você tem medo hein? hum. Não se ofenda, o Duke entende tuuudo. Não gostou do que você pensou, jamais me morderia, jamais me trairia, né Duke?" Senti o pensamento de Duke latindo que jamais a trairia. Achei bonito. Chegamos:- "Tchau"- "Bom trabalho, tchau Duke."Fui pra rua pensando longamente nos dois. Ao final da tarde, avistei pela janela Duke e Angela indo pelo crepúsculo na praia. Vi os dois voltando sorridentes e caninos sobre a noite estrelada. Ela com fitas de vídeo penduradas ao braço sempre conversando com ele. Eu tenho inveja de Angela. O animal que eu quero não mora comigo, não almoça mais comigo, não brinca mais, não me telefona, não me adivinha o pensamento, não me acompanha ao crepúsculo, não grene querendo dengo, nossos signos parecem não mais combinar. O animal que eu quero pensa demais e por isso não passeia mais comigo. E o pior: Não me lambe mais. "

sexta-feira, abril 25, 2008

My God...

Tanta, mas são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que está impensável postar aqui com regularidade.
Apenas quero deixar registrado: tem alguem lá em cima de sacanagem comigo...
Parece que estou correndo atrás do próprio rabo, como um cachorro tolo, vamos mudar isso!
Mas é jáaaaaaaaaaaaa! Não é depois não.
Assim que pensar em algo interessante pra mudar essa condição, posto a resposta..rs

sábado, março 29, 2008

Retificando ...

Há algum tempo postei uma música cujo autor me era desconhecido, acabei dando o mérito da obra ao autor errado.
A "amante de Chico Buarque" desconhecia que a música que eu tanto havia gostado era de autoria do próprio.

Choro Bandido (CHICO BUARQUE DE HOLLANDA)

"Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa, são bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira que animou todos os sons
E daí nasceram as baladas e os arroubos de bandidos como eu
Cantando assim: você nasceu para mim, você nasceu para mim
Mesmo que você feche os ouvidos e as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos podem ver na escuridão
E eis que, menos sábios do que antes os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim: me leve até o fim, me leve até o fim
Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa, são bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes seus amores serão bons "